O horror

21:59


A rua parecia mais deserta que o normal. Andei rápido movida pelo medo. Parei. Fui parada. Por braços fortes que me impediram de reagir. Fui arrastada para um lugar afastado. Senti muitos pesadelos presos em minha garganta. Ele me largou no chão de terra, ao lado de uma pedra. Só então, vi com clareza a arma em sua mão. Exigiu que eu tirasse a roupa. Exitei. Mais uma ameaça surgiu. E então obedeci, novamente, movida pelo medo. No desespero cai. Senti algo perfurar levemente minha mão. Agarrei o objeto como pude, escondido entre o mato atrás de mim. Decidi entrar em seu jogo. Fiz com que se aproximasse mais e mais. Pude sentir o cheiro de seu perfume forte e barato. Segurei o nojo para não vomitar. Fiz com que soltasse a arma. Tremendo e consciente do que poderia acontecer, usei rapidamente o objeto afiado. Vi um vermelho sujar minha mãos e o corpo cair. 

Corri sem rumo o quanto pude. Avistei um carro parado com sirenes luminosas ligadas. Não precisei falar, pois notaram o horror em meu rosto. O homem fardado adiantou-se, e começou com perguntas. Entre receio e lágrimas me esforcei para soltar palavras que julguei fazer sentido. O outro policial que também tentava entender o meu estado disse que sabia qual era local. Eu não era a primeira e nem seria a última vítima daquele ser assustador. E talvez, como outras duas mulheres, agora seria o meu corpo abandonado em um lugar qualquer.

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2 comentários

  1. Nossa, bem tocante, adorei ver um pouco dos seus textos aqui, continua postando! Beijão

    https://blogdiarioadois.blogspot.com

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